sábado, 31 de janeiro de 2009

Estadia...

E mais uma vez ela procurou o Jasmim.
O cheiro de baunilha.
A meia branca atrás da porta.
O vidro esfumaçado.
O papel de cigarro amassado.
Os copos ainda cheios pelo chão.
Nada havia sido mexido.
Nada a via.Nada de novo.

Então decidiu: "não quero mais!".
Não mais o meu suor,
Não mais as minhas veias.
Não quero mais as minhas olheiras.

Quero o dia cinza.
Quero cinza, para que de cinza, ele pinte a minha alma e
que minha alma nunca grite.
Assim ela disse.
E se arrependeu!
Claro…

Sempre remexendo o mesmo de sempre.
Sempre remoendo sempre.
Nada de novo.
Nem ela via.

Karine Spuri

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

jabuticaba.

E mais uma vez ela se viu em estado de plenitude. Talvez por ter conhecido a mais bela de todas as jabuticabas.Nao, nao era como uma jabuticaba qualquer, tinha toda sua essencia,todo seu sabor, que a fazia regorgitar somente para continuar com aquele doce sabor nos labios. Todas as noites ela falava com a lua, como na noite em que conheceu a doce jabuticaba, pedia para parar o tempo, para trazer de volta aquela maravilhosa sensaçao que sentiu somente quando a conheceu, quando deitava sobre seu ombro, entrelaçava-lhe a mao e ficava ali, em silencio, no mais profundo silencio que se pudesse imaginar, interrompido somente pela musicalidade de toda quarta-feira, aonde desaparecia qualquer outra ilusáo.Foi também em uma quarta feira, em que a jabuticaba tornou-se ácida, de uma acidez tamanha que se pode ouvir um balbuciar de ``eu nao acredito mais no amor``, ela tambem nao acreditava mais no amor, mas sua plenitude a fazia acreditar que aquela sensaçao que encontrara em seus braços poderia ser continua, nao como aquela quando se ama, mas qualquer doce sabor de tranquidade a tornaria tao feliz.